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Desmaterializa​ç​ã​o

by Fentanil

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1.
Mantimentos desorganizados Em meu museu pessoal de fracassos Antigas relações mergulham no líquido do afastar Quaisquer resquícios do que eu tinha tornaram a apagar O adeus ressoa em anos de chuva Tal perda me priva do esquecimento Permaneça na viagem e mande-me sinais Sinais de que nada valeu a pena E no momento de percepção, desespero. A opções de diferentes dores sou apresentado E nenhuma escapatória se coloca sobre mim O choque desintegra qualquer fé E a criatura espera para atacar sorrateiramente Meus membros são arrancados Pouco a pouco nota-se meu fracasso O que se classificava amor é medo Poderia perder-me na irrealidade E pelas portas abertas, vejo as armadilhas Nenhum laço me tirará deste lugar opressivo E nenhuma ilusão de sol me dará luz real. Desejos irreais perturbam meu afeto Por trás da minha cabeça, ouço parte de um estalo E a liberdade é, por fim, garantida à minha alma.
2.
Abrindo exceções para instâncias de ocultação Em respaldo de traumas subconscientes Guardo a mim retratos de ocorrências futuras Mas a emoção transborda em meu tremor Concepções ilusórias são realidades em fila para acontecer Tuas tentativas de reconforto são o manto de intenções desconhecidas A luz lunar adentra meu reduto e prepara-me para a catarse Noticiando-me a verdade, doto-me de certeza passada A paralisia se alastra, levando-me ao vale das memórias Nota-se o alargamento, e as arcaicas cores se dissipam Ao ganho constante de peso, o desfecho distancia-se ao infinito Viro-me em um susto - a figura disforme evidencia-se como um agouro No vácuo, a tentativa d'um último grito é interrompida E nas ruínas de uma cidade abstrata, faço-me apenas outra alma silenciada.
3.
Considerações nunca finais acerca do apreço Um lapso de comunicação Tal horror - tal desejo - administra-me a dose de arrependimento Corro-me ao acontecimento certo de companhia, ao menos uma vez Despertando ao som do pânico, a água queima minha superfície E uma aspereza rudimentar exerce-me como alvo de culpa Empurrões destinados à sala de tortura, nenhum ombro é amigo Os corredores hospitalares estão deteriorando... Após a espera, finalmente encontraram seu bode expiatório Descarregue seu desdém, pois minha coluna não mais funciona Descarregue sua violência, pois meus órgãos foram anestesiados E após a espera, finalmente meu desmembramento alegra a todos! Registro receios passados para reafirmar a constância do presente no futuro Quando sentirem que minhas memórias bloqueiam-lhes o benefício do uso, saibam: O desapreço exterior é a energia que sustenta maciças barreiras de suspeita Afinal, acusar-me de evasão faz-se o método mais simples de desqualificação, certo?

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Olá, caro leitor. Neste texto, comentarei sobre o álbum que estás a ouvir, ou ouvirá.
Por primeiro, as letras. Elas foram todas escritas em períodos de tempo recentes (entre metade de abril e começo de maio), e ilustram situações, sentimentos e pensamentos derivados da minha personalidade problemática (cortesia do transtorno borderline, suponho). Ausentar-me-ei de descrever o que cada uma delas passa, pois prefiro deixar essa questão nas suas mãos, afinal, os versos se representam melhor do que qualquer explicação ou interpretação que eu poderia possivelmente dar; toda imagem ou sensação proveniente das estrofes é válida - eis as metáforas!
Agora, a gritaria em si. Meu processo é bem simples: quando possível, tento gravar tudo em um único take, assim a expressão fica mais ''pura'' (considere essa a razão pela falta de melodias decentes nos vocais limpos, aliás). Como pode-se perceber, tomei uma tonalidade diferente da do último álbum, usando os previamente mencionados vocais limpos, e tentando adicionar mais nuances de alcance, efetuando com maior frequência vocais guturais e rasgados médios. Com os gritos em si, baseei-me em bandas como pg.99, October Tide e o álbum ''Brave Murder Day'', do Katatonia; a cantoria mais leve é reminiscente do Lifelover, Joy Division e Ras Algethi.
Por fim, o todo. Neste parágrafo, falo muito mais como ouvinte do que como mente criativa. Ao passear pela ''Desmaterialização I'' e encontrar-me na parte em que há quebra de ritmo - com as baterias cedendo e deixando apenas a parede de duas guitarras ressoar -, soube que havia coisa boa pela frente. A melancolia e atmosfera que originam dos riffs de meu amigo C22H28N2O são incríveis. É um prazer imenso ter a chance de poder trabalhar com algo assim pois, até minha entrada neste projeto, pensava que estaria perpetuamente atrelado à mediocridade de minhas criações individuais. Dentre o que experienciei, a ''Desmaterialização III'' é minha faixa favorita. Apesar de não ser o efeito esperado do black metal, não pude - por mais pretensioso que isso soe - evitar dançar em desolação enquanto gravava tais canções; as melodias e ritmos desenvolvidos pelo C22H28N2O conseguem ao mesmo tempo afetar o espectador com marasmo e vontade de movimentação letárgica, é incrível.
Dando uma conclusão ao meu discurso prolixo e desnecessariamente longo, queria agradecer a você que leu isto até o fim e se abriu para ouvir nossas lamúrias, e dedicar esse trabalho a todos que como nós, estão exaustos da consciência.

credits

released May 18, 2020

C22H28N2O - All Instruments
Yakoushi - Vocals and Lyrics

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